Situação na região serrana do RJ ainda é trágica
A equipe da TV Novo Tempo não poderia deixar de ir até a região serrana do Rio de Janeiro, mesmo com o acesso difícil, para mostrar a realidade de duas das cidades mais atingidas pela enchente: Teresópolis e Nova Friburgo. A repórter Gabriela Frontini, acompanhada do pastor Leônidas Guedes, secretário da União Este Brasileira da Igreja Adventista (UEB) e do cinegrafista Breno de Barros, passaram o sábado na cidade de Teresópolis e o domingo em Nova Friburgo.Teresópolis - Em Teresópolis, a região central da cidade não foi atingida. O comércio funciona normalmente. Lá, um grande ginásio chamado “Pedrão” serve de abrigo provisório para cerca de 350 pessoas que perderam suas casas. Crianças, jovens, adultos e idosos se acomodam como podem em colchões doados, mas recebem alimentos e cuidados básicos de saúde. De lá, são encaminhados para um dos 11 abrigos da cidade.
Em um imóvel vazio, funciona o Instituto Médico Legal (IML), em frente à 11ª Delegacia de Polícia. Ali, o cheiro é insuportável. Como os corpos estão chegando aos poucos, conforme são tirados dos escombros, já estão em estado de decomposição. Voluntários dizem que muitos chegam da maneira que foram atingidos pela enchente, tentando proteger alguém, em posição de abraço ou tentando segurar em algum objeto para não ser levado pela enxurrada.
Caleme, Posse e Campo Grande foram os bairros mais afetados daquele município. Lama, areia, entulhos, lixo, carniça de animal e gente morta estão por todos os lados. O cheiro é parecido com o da região do IML, mas menos intenso. Na casa de uma senhora de 88 anos, resgatada pelo Corpo de Bombeiros após ficar a noite inteira boiando com o filho e o cachorro, dá para ver as marcas de onde a água chegou.
Pousadas, supermercados e muitas residências estão completamente destruídos. Ainda correm risco de mais desabamento, mas os moradores tentam retirar do que sobrou de suas casas alguns pertences.
O prefeito de Teresópolis, Jorge Mário, está desolado e já pediu ajuda ao Governo Federal para reconstruir a cidade e fazer com que as pessoas retomem suas vidas.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), através da Agência de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra), já arrecadou toneladas de alimentos, roupas e colchões para ajudar as vítimas da tragédia. No Colégio Adventista de Petrópolis, conhecido como Ipae, estão sendo coordenados o recebimento e a distribuição das doações.
Nova Friburgo - Diferentemente de Teresópolis, Nova Friburgo foi muito atingida na região central. O acesso à cidade é muito complicado devido às barreiras na estrada. A quantidade de lama, entulho, lixo, etc., é muito grande e persiste em todo o centro. Escavadeiras e caminhões trabalham dia e noite para abrir caminho. A Praça do Suspiro, onde ficava o teleférico, está totalmente destruída. Carros estão soterrados ainda com corpos dentro. E a igreja católica sofreu grandes danos.
A IASD Central de Nova Friburgo ficou intacta, apesar de a propriedade exatamente ao lado estar totalmente destruída. O prédio foi condenado pela Defesa Civil, pois ainda há riscos de deslizamentos. A propriedade na qual funcionava o Sistema Adventista de Comunicação está inteira, só sofreu danos na área de laser, onde ficava um campo de futebol e quadra de esportes.
Muitos bairros, além do centro, foram atingidos. No bairro Conquista, o Condomínio do Lago teve 16 casas soterradas e nove mortos. No domingo (17), os corpos ainda permaneciam debaixo d’água. A equipe não conseguiu chegar a outros bairros, alguns ainda ilhados, sem acesso por terra.
Helicópteros do Corpo de Bombeiros, Marinha e Exército, além de outros particulares, são usados para levar mantimentos a esses lugares. Mesmo aqueles que perderam tudo e estão com a roupa do corpo se envolvem no trabalho voluntário. Uns tirando a lama da rua, outros arrecadando doações.
É incrível ver como em meio ao caos Deus dá força para Seus filhos se reerguerem e não dar vazão a pensamentos depressivos. Todos, sem exceção, colocam a “mão na massa” e ajudam o governo a reerguer a cidade.
A Adra da região disponibilizou uma conta bancária para doações: Banco Bradesco, agência 1125-8, conta corrente 43493-0. Instituto Este Brasileiro de Educação e Assistência Social.
(Gabriela Frontini, jornalista da Rede Novo Tempo de Comunicação)
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