Anuciando Esperança Que em Breve Jesus Voltará

O cristão como subproduto da informação



“Você gosta de assistir aos noticiários da TV”? Estou lhe perguntando isto porque sou meio estranho, neste aspecto. E vou lhe explicar a razão.
Há anos, perdi completamente o hábito de assistir aos telejornais ou revistas eletrônicas dos principais canais de TV. O máximo que faço hoje é ler alguma coluna de reflexão ou matéria de turismo em alguma fonte impressa, mas muito esporadicamente. Pensei que passaria a ser uma pessoa, como dizem, desinformada.
Para minha surpresa, além de não perder nada, foi nessa atitude que passei a ter uma percepção mais aguçada para muitas coisas. E se você duvida, para argumentar o contrário, experimente primeiro passar, pelo menos, um semestre sem se abeberar dessas fontes. Vai descobrir o mesmo.
Quase em sua totalidade, a prática do jornal é um sensacionalismo não assumido (e por isto, muitos discordam), exatamente por distorcer diante do seu consumidor final o universalismo da realidade.
Sentar no sofá, abrir os meus sentidos de audição e visão, para que uma programação cuja edição daquele dia eu desconheça como será, mas que, ao mesmo tempo sei que será pessimista e exibidora de realidades destorcidamente mascaradas pela roupagem da desgraça, seja despejada no meu cérebro, com a desculpa de que estarei sendo bem informado, é, ironicamente, um atentado à cultura da saúde mental. Esse tempo já foi. Os inúmeros meios de comunicação existentes em nossa geração permitem que os fatos que precisam ser informados ao cidadão geralmente já sejam divulgados a partir de suas fontes, sem precisar de intermediação. Por exemplo, se quero saber como está o tráfego em determinado percurso que farei, o preço do dólar ou se irá chover à tarde, tenho números de telefones, sintonias específicas, espaços na internet e em jornais impressos, pessoas a quem perguntar, e tantos outros meios exclusivos, onde encontrarei somente esta informação que quero. É como não usar relógio: você nunca ficará sem saber as horas, sempre haverá esta informação perto de você.
Ou, quem disse que preciso saber as horas a toda hora? Ironicamente, é perda de tempo.
E aí está o princípio de um outro grande engano nosso. Nossas necessidades são deformadas pela artificialidade que criamos. Quem disse que preciso saber tudo o que dizem que preciso saber? Será que não estarei ocupando tempo e espaço inúteis com informação inútil, em detrimento dos esforços de desenvolver meu intelecto de forma mais sábia? Já percebeu a enorme quantidade de pessoas que consomem as informações (mas penso que nem as absorvem), todavia não conseguem formar opiniões?
Em escala considerável, somos subprodutos daquilo que consumimos. Passar tanto tempo “comendo” (mentalmente falando, através dos meus sentidos) tantos crimes, corrupções, mentiras e destruições, fará de mim, que tipo de pessoa? Será que a indiferença maior, quanto às desgraças alheias, está em nem suportar vê-las ou em contemplá-las e agir como se nada acontecesse? Filtrar o que vemos e ouvimos, para que nossas dimensões holísticas não sejam influenciadas, é um ato que foge ao nosso próprio domínio. Imagine alguém degustando um alimento muito gostoso, mas prejudicial. Então ele decide gozar de todos os prazeres do ato de comer. Decide contemplar, cheirar, mastigar, salivar e engolir… Mas, para não ter o organismo prejudicado, decide também dar um nó no esôfago e não deixar que o alimento chegue-lhe ao estômago. Este é o princípio da atitude de alguém que decide consumir um produto áudio-visual, mas decide também que não se deixará ser influenciado pelo que vai ver ou ouvir: ilusão. As deteriorações morais dos caracteres, conseqüentes desta exibição e contemplação negativas, são tantas que, demorar-se na chafurdação dos mesmos, simplesmente por comentar, seria redundar no mesmo vício de carniçaria dos hábitos que os conceberam.
Foi consciente desta nossa sensível fragilidade, quanto ao que ouvimos e vemos que, o salmista escreveu: “Não porei coisa injusta diante dos meus olhos”(Salmo 101:3 – RA). E acho que foi também por isso que Jesus advertiu quanto ao fato de que do interior do homem ou, em Suas palavras, “do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias (Mateus 15:19 – RA)”.
Precisamos agir conscientemente em prol da nossa saúde mental. O meu desafio a você, seja você um comunicador ou alguém que se beneficia da comunicação social, é que você tenha coragem para ser a exceção. Se você pratica jornalismo, honre esta profissão com a dignidade que ela merece, dando a ela uma roupagem, ainda que unilateral, redentora, fugindo da mediocridade de praticar o que a mesmice convencional do ofício requer. Se você é um leitor, ouvinte ou telespectador, seja crítico na escolha de “o quê” consumir, antes de tentar filtrar “o que há” no que se consome, sem uma eleição inteligente.
Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele (Romanos 12:2 – NTLH).
Sejamos a honrosa exceção!
Valdeci Jr.
Fonte: Advir.com

Um comentário:

  1. Me identifiquei muito com esse texto, não pelo fato de pensar nesse assunto ao lê-lo, mas exatemnte por já estar fazendo isso.embora por razões que eu mesmo desconhecia até ler este,
    rs. Qdo minha filha viaja, nem sei o que é televisão, esqueço até que ela existe!
    Agiora então, depois que li este texto, entendi melhor o meu sentir e o meu descaso pela mesma! Muito bom esse texto e vejo que comungamos da mesma idéia rs Vlw mwsmo! E obrigada por fazer-me entender a mim mesma rs

    Parabésn pelo texto!

    ResponderExcluir

Related Posts with Thumbnails