Anuciando Esperança Que em Breve Jesus Voltará

Perguntar pode Salvar



A igreja foi planejada por Deus para ser uma comunidade terapêutica para o corpo e alma, onde a pessoa de Cristo fluísse para os membros a fim de praticarem as bases da pureza e do amor genuíno. Por que então algumas igrejas falham e atender as reais necessidades daqueles que a procuram em busca de ajuda? Até quando ouviremos que a igreja mais se parece com uma geladeira, um depósito de enfermos ou outra coisa qualquer?
A esta altura uma pergunta deve surgir: Aonde se quer chegar ao se fazer uma descrição tão negativa da igreja?
A igreja que temos no momento não é o modelo sonhado por Jesus; entretanto ela é a igreja de Cristo. Apesar das suas cicatrizes, máculas e rugas, cremos na atuação renovadora do Espírito Santo conforme a promessa de Jesus: “… as portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mateus 16:18
Betesda em hebraico significa, “casa de misericórdia”. “Neste local, possui um tanque, o qual tem cinco alpendres. Neste jazia uma multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados esperando o movimento das águas. Em certo tempo as águas deste tanque eram agitadas, e acredita-se comumente que isso era o resultado de poder sobrenatural, e que aquele que primeiro descesse a elas depois de haverem sido movidas, ficaria curado de qualquer enfermidade que tivesse” DTN 201.
A comparação é simples e pratica. Assim como em betesda se aglomerava uma multidão em prol de ajuda, a igreja também acolhe centenas de pessoas que procuram uma cura física e espiritual. Infelizmente muitos estão indo e vindo e não encontram a cura tão esperada. Isto ocorre pela insensibilidade, pela teologia egocêntrica onde o indivíduo deixa de compartilhar sentimento alheio. Voltam-se para soluções completamente isoladas como em nossas orações:“meu Deus”, “meu Senhor”, “salva minha vida”, “abençoa os meus planos”, ou em nossas canções “cuida de mim”, “meu pastor”, “meu Jesus”. Não que esteja errado tais afirmações, mas queremos ouvir também “nosso Deus”, “abençoa nossos planos” e assim por diante.
Isto tudo desemboca em atitudes insensíveis a ponto de não levarmos em consideração os problemas que cercam as pessoas.
Em betesda os enfermos identificavam-se apenas com suas dores, traumas e tristezas. Envoltas em si mesmas, esqueciam que ao seu redor, todos careciam de uma mesma ajuda. Fato comum entre nós cristãos. Estamos tão envolvidos com os nossos problemas que não enxergamos as enfermidades daqueles que ocupam o mesmo lugar, sábado, domingo, e quartas-feiras em nossas igrejas.
Uma Pergunta Misericordiosa
A bíblia relata a história de um homem que há 38 anos encontrava-se enfermo em betesda. Este, por sinal, é surpreendido por uma pergunta que lhe interessava: “Queres ser curado?” (João 5:5 e 6).
Esta pergunta parece absurda, ilógica diante desta situação. Entretanto, Jesus perguntara ao paralítico não para ter uma resposta e saber como proceder. Jesus em nenhum momento demonstrou ser desprovido de inteligência, pelo contrário aprendemos que todas as vezes que Jesus nos dirige uma pergunta, não é parta obter respostas e sim confissões.
Através de nossas perguntas, revelamos nosso interesse pelas pessoas, e em quais áreas estamos dispostos a exercer misericórdia.
Três fatores são extremamente importantes de entender, antes de se fazer qualquer pergunta:
1) Perguntar é Comprometer-Se
Comprometimento envolve sacrifício. Por esta razão, muitos não perguntam com medo das respostas que receberão, por que uma decisão deverá ser tomada: Cruzar os braços ou demonstrar ajuda em momento oportuno.
Infelizmente a maioria das pessoas, perguntam apenas por educação. Certa vez um colega encontrava-se arrependido ao perguntar para uma senhora se estava precisando de algum tipo de ajuda. Para a sua surpresa, ela lhe pediu que a levasse para o médico duas vezes por semana. Às vezes, é melhor não perguntar nada se não podemos ajudar.
Quando Jesus fez a pergunta para o paralítico se gostaria de ser curado, ele sabia que resposta oferecer. Nós temos medo por que se perguntarmos ao pobre sobre sua dificuldade teremos que lhe dar pão, ao sedento, a água; ao aflito, o consolo; ao desesperado, a esperança; ao solitário, a companhia; ao injustiçado, a solidariedade, e assim por diante. Evitamos as perguntas para evitar os compromissos.
2) Perguntas Sábias Exigem Respostas Sabias
Perguntar não só compromete, como implica sabedoria. Precisamos aprender a perguntar para soltarmos as amarras da indiferença, da distância, da mesmice e do formalismo de nossos irmãos. Sendo assim, as respostas irão além das palavras, descobrindo as emoções, os conflitos e as angústias que nossos irmãos estão vivendo. Desta forma assumiremos o nível da significação, onde nossas atitudes expressam o efeito característico de quem está cheio de misericórdia.
À medida que desenvolvemos a arte de fazer perguntas, passamos a compreender as reais necessidades das pessoas. Elas retiram as máscaras e a compreensão do problema envolvente serve para direcionarmos “respostas sábias”, com sensibilidade, a fim de atender as verdadeiras causas da dificuldade encontrada.
3) Perguntas Misericordiosas Exigem Respostas Transparentes
Uma das características mais marcantes do ser humano é esconder suas emoções. Muitas vezes, temos medo de demonstrá-las; especialmente quando se lida com casos que o julgamos extremamente delicados ou complicados. Porém, há necessidade de dar como resposta exatamente o que as pessoas querem ouvir: “Respostas Transparentes”. Explicando; quando se distorce a verdade com intuito de não magoar as pessoas, isto não ajuda em nada. Por quê? Não é preciso explicar muito para concluir que falsas respostas é o mesmo que mentira. Certamente aquilo que gerará desconfiança e afastamento.
Isso implica não só em dizer a verdade, por que em muitas vezes a verdade dói como se diz o adágio popular, mas quando se expressa à verdade com sentimentos de profundo apreço, o nível de satisfação ultrapassa as expectativas por ambas às partes.
Jesus – Um Poço De Misericórdia
O mestre nos ensina que mexer na ferida e não buscar solução é o mesmo que nada. Mas os passos que Jesus seguiu para ajudar o paralítico, é o mesmo que podemos usar para ajudar outros também. Perguntamos, e obtemos conhecimento do problema (João 5:6 e 7) e agora ajudamos a solucioná-lo. “Então, lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda”.João 5:8
O exercício da misericórdia torna a igreja sadia. Nesse sentido a igreja precisa, em primeiro lugar, ter consciência do seu papel como agência distribuidora da misericórdia de Deus; em segundo lugar, aprender a exercitar a sensibilidade para descobrir as necessidades das pessoas, e em terceiro lugar, precisa da sabedoria divina para dar respostas de acordo com as necessidades das pessoas. “Confessai, pois o vossos pecados uns aos outros para serdes curados”. Tiago 5:16.
Mais informações:
Fábio dos Santos
Pastor do Distrito de Osório –RS (ASR)
Editor dos Blogs www.nistocremos.net e www.comiasd.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails