Erotização precoce e pública
Durante três minutos, um menino de cerca de dois anos dança só de fraldas em cima de uma mesa. Feliz, rebola e faz movimentos ritmados imitando o ato sexual. Ao som da banda baiana Kuduro, exibe uma coreografia altamente erotizada à qual provavelmente assistiu repetidas vezes, até aprender. Os que presenciam a cena, orgulhosos, registram cada movimento com seus telefones celulares e filmadoras. Poderia ser apenas mais um vídeo caseiro de mau gosto postado no mundo-cão da internet. Mas a situação tem um agravante. Um blog – dedicado a divulgar fatos bizarros, é claro – hospedado no site de um dos mais respeitados jornais do país não só recomenda o vídeo como também disponibiliza o link para quem quiser assistir. E diz: “É a prova viva que brasileiro nasceu dançando...Vale a pena conferir!”
Neste caso, de quem é a responsabilidade sobre a exposição indevida do menino? Da família que, no auge da euforia, não percebe os riscos da brincadeira? Se nem avalia uma possível queda, poderia estimar o potencial explosivo do vídeo nas mãos dos milhares dos pedófilos sempre de plantão na rede? Das autoras do blog? Podem ser culpadas por divulgar a dança inusitada? Do jornal que abriga o blog? Da sociedade que se diverte? Ou do Estado que se omite?
A questão da responsabilidade pelo conteúdo na internet é nebulosa, mas o Estatuto da Criança e o Adolescente é claro: “É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente.” A fama do menino termina em 15 minutos. Já a erotização precoce e pública deixa marcas profundas.
(Lilia Diniz, Observatório da Imprensa)
Nota: Depois que li essa matéria da Lilia, me lembrei de que histórias em quadrinhos ilustradas por desenhistas da Marvel serão distribuídas em escolas públicas que fazem parte do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). São textos e imagens (como a que abre esta postagem e no detalhe abaixo) com conteúdo erótico que mais incentivam a iniciação sexual precoce do que ajudam a prevenir as DST. Será que esse é o melhor caminho?
Neste caso, de quem é a responsabilidade sobre a exposição indevida do menino? Da família que, no auge da euforia, não percebe os riscos da brincadeira? Se nem avalia uma possível queda, poderia estimar o potencial explosivo do vídeo nas mãos dos milhares dos pedófilos sempre de plantão na rede? Das autoras do blog? Podem ser culpadas por divulgar a dança inusitada? Do jornal que abriga o blog? Da sociedade que se diverte? Ou do Estado que se omite?
A questão da responsabilidade pelo conteúdo na internet é nebulosa, mas o Estatuto da Criança e o Adolescente é claro: “É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente.” A fama do menino termina em 15 minutos. Já a erotização precoce e pública deixa marcas profundas.
(Lilia Diniz, Observatório da Imprensa)
Nota: Depois que li essa matéria da Lilia, me lembrei de que histórias em quadrinhos ilustradas por desenhistas da Marvel serão distribuídas em escolas públicas que fazem parte do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). São textos e imagens (como a que abre esta postagem e no detalhe abaixo) com conteúdo erótico que mais incentivam a iniciação sexual precoce do que ajudam a prevenir as DST. Será que esse é o melhor caminho?
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