Literatura que redime bandidos
O livro, é bom que se diga logo, não é para ser levado a sério. Os autores narram a história de Barrabás desde seu nascimento - também fruto de uma concepção imaculada, ainda que menos idílica - até a crucificação de Jesus. Eles levaram três anos e meio e escreveram 17 versões. O texto junta referências bíblicas (o Canto dos Cânticos, por exemplo, é transformado em uma cantada amorosa), expressões da época, informações de enciclopédia, Padre Antônio Vieira e muito humor.
“Eu nunca tinha lido o Evangelho e descobri que é uma leitura maravilhosa. No primeiro não há alusão à virgindade de Maria e nem Cristo ressuscita”, diz Torero, que vive em São Paulo, mas esteve de passagem pelo Rio na semana passada, quando conversou com o Globo sobre o livro.
Torero e Marcus Aurelius, ambos jornalistas, misturam personagens reais e fictícios, descritos em falsos perfis. Assim, Barrabás, após perder os pais (uns tais de José e Maria) no massacre de Genesaré (um episódio verdadeiro), será criado por Atronges (um ladrão que realmente existiu) e um bando de malucos que parecem tirados de um filme dos Trapalhões.
A pesquisa que sustenta a narrativa dá de lambuja ao leitor informações geográficas e religiosas. Torero conta que as reuniões de criação - em que o mais difícil é convencer as respectivas mulheres a ficarem de fora - são muito divertidas. Os dois não têm escrúpulos em mexer nos textos um do outro, sempre que humor e ritmo exigem. Além das fontes formais, trabalham com a memória afetiva e um monte de referências pop. [...]
“Aos 15 anos, passei a duvidar de tudo. Aos 20, virei ateu”, diz o autor, ansioso com a repercussão do livro. “Acho democrático: será capaz de desagradar igualmente a católicos e judeus.”
Marcus é filho de protestantes e capaz de citar passagens da Bíblia de cabeça. Já Torero foi batizado, mas não fez Primeira Comunhão. Sua mãe já foi católica, já foi mística, não tem medo de umbanda e agora é seguidora do guru indiano Sai Baba. Nada que influenciasse o filho. Em 47 anos de vida, a única religião que merece a devoção de Torero é o Santos Futebol Clube: “Olha o Neymar, cara... No Neymar eu acredito.”
(O Globo)
Pastor adventista leva esperança a mineiros do Chile
[O pastor Diaz é] capelão da Igreja Adventista do Sétimo Dia. O Chile usa só uma palavra para se referir à sobrevivência de todos os 33 mineiros desaparecidos no dia 5 (e sem nenhum ferimento, diga-se): "milagre". [...] Fonte: Criacionismo.com