Literatura que redime bandidos
Ladrão, assassino, rebelde e salteador. Depois de ler os quatro evangelhos, José Roberto Torero voltou nas páginas e passou o marcador de texto em cima dos adjetivos grudados ao nome de Barrabás. Até então, ele estava na dúvida sobre quem seria o protagonista da sua versão para o Novo Testamento. Pensou em Maria Madalena, em Judas e até em Jesus Cristo, mas achou todos óbvios demais. Barrabás - um homem sobre quem se sabia muito pouco além dos tais adjetivos - não era nada óbvio. Barrabás era o cara. “Ele era mais amado que Jesus! Quando o povo teve que escolher, escolheu Barrabás”, diz o escritor, que trabalhou em dupla com Marcus Aurelius Pimenta, seu parceiro em mais de dez projetos literários. “O bom de um personagem assim, com tão pouca informação, é que se pode criar toda a história dele. Os coadjuvantes são os melhores narradores de uma história.” [...]
O livro, é bom que se diga logo, não é para ser levado a sério. Os autores narram a história de Barrabás desde seu nascimento - também fruto de uma concepção imaculada, ainda que menos idílica - até a crucificação de Jesus. Eles levaram três anos e meio e escreveram 17 versões. O texto junta referências bíblicas (o Canto dos Cânticos, por exemplo, é transformado em uma cantada amorosa), expressões da época, informações de enciclopédia, Padre Antônio Vieira e muito humor.
“Eu nunca tinha lido o Evangelho e descobri que é uma leitura maravilhosa. No primeiro não há alusão à virgindade de Maria e nem Cristo ressuscita”, diz Torero, que vive em São Paulo, mas esteve de passagem pelo Rio na semana passada, quando conversou com o Globo sobre o livro.
Torero e Marcus Aurelius, ambos jornalistas, misturam personagens reais e fictícios, descritos em falsos perfis. Assim, Barrabás, após perder os pais (uns tais de José e Maria) no massacre de Genesaré (um episódio verdadeiro), será criado por Atronges (um ladrão que realmente existiu) e um bando de malucos que parecem tirados de um filme dos Trapalhões.
A pesquisa que sustenta a narrativa dá de lambuja ao leitor informações geográficas e religiosas. Torero conta que as reuniões de criação - em que o mais difícil é convencer as respectivas mulheres a ficarem de fora - são muito divertidas. Os dois não têm escrúpulos em mexer nos textos um do outro, sempre que humor e ritmo exigem. Além das fontes formais, trabalham com a memória afetiva e um monte de referências pop. [...]
“Aos 15 anos, passei a duvidar de tudo. Aos 20, virei ateu”, diz o autor, ansioso com a repercussão do livro. “Acho democrático: será capaz de desagradar igualmente a católicos e judeus.”
Marcus é filho de protestantes e capaz de citar passagens da Bíblia de cabeça. Já Torero foi batizado, mas não fez Primeira Comunhão. Sua mãe já foi católica, já foi mística, não tem medo de umbanda e agora é seguidora do guru indiano Sai Baba. Nada que influenciasse o filho. Em 47 anos de vida, a única religião que merece a devoção de Torero é o Santos Futebol Clube: “Olha o Neymar, cara... No Neymar eu acredito.”
(O Globo)
O livro, é bom que se diga logo, não é para ser levado a sério. Os autores narram a história de Barrabás desde seu nascimento - também fruto de uma concepção imaculada, ainda que menos idílica - até a crucificação de Jesus. Eles levaram três anos e meio e escreveram 17 versões. O texto junta referências bíblicas (o Canto dos Cânticos, por exemplo, é transformado em uma cantada amorosa), expressões da época, informações de enciclopédia, Padre Antônio Vieira e muito humor.
“Eu nunca tinha lido o Evangelho e descobri que é uma leitura maravilhosa. No primeiro não há alusão à virgindade de Maria e nem Cristo ressuscita”, diz Torero, que vive em São Paulo, mas esteve de passagem pelo Rio na semana passada, quando conversou com o Globo sobre o livro.
Torero e Marcus Aurelius, ambos jornalistas, misturam personagens reais e fictícios, descritos em falsos perfis. Assim, Barrabás, após perder os pais (uns tais de José e Maria) no massacre de Genesaré (um episódio verdadeiro), será criado por Atronges (um ladrão que realmente existiu) e um bando de malucos que parecem tirados de um filme dos Trapalhões.
A pesquisa que sustenta a narrativa dá de lambuja ao leitor informações geográficas e religiosas. Torero conta que as reuniões de criação - em que o mais difícil é convencer as respectivas mulheres a ficarem de fora - são muito divertidas. Os dois não têm escrúpulos em mexer nos textos um do outro, sempre que humor e ritmo exigem. Além das fontes formais, trabalham com a memória afetiva e um monte de referências pop. [...]
“Aos 15 anos, passei a duvidar de tudo. Aos 20, virei ateu”, diz o autor, ansioso com a repercussão do livro. “Acho democrático: será capaz de desagradar igualmente a católicos e judeus.”
Marcus é filho de protestantes e capaz de citar passagens da Bíblia de cabeça. Já Torero foi batizado, mas não fez Primeira Comunhão. Sua mãe já foi católica, já foi mística, não tem medo de umbanda e agora é seguidora do guru indiano Sai Baba. Nada que influenciasse o filho. Em 47 anos de vida, a única religião que merece a devoção de Torero é o Santos Futebol Clube: “Olha o Neymar, cara... No Neymar eu acredito.”
(O Globo)
Pastor adventista leva esperança a mineiros do Chile
O pastor Carlos Diaz, 43, chega ao acampamento Esperanza com uma carga especial de Bíblias em miniatura. Cada livrinho só pode ter até 8 cm de largura. É essa a medida do diâmetro da maior das sondas que está sendo enviada (por um túnel escavado na montanha) aos 33 mineiros encarcerados desde o dia 5 de agosto a 700 metros de profundidade, na mina San José. O pastor encomendou uma Bíblia para cada um dos 33, deu-se ao trabalho de usar marcador amarelo fosforescente nas passagens mais importantes ("aquelas em que parece que Deus fala diretamente a respeito das angústias de viver dentro de uma caverna fechada"), e entregou-as ao coordenador de segurança da operação de resgate, Jorge Sanhueza, gerente de Sustentabilidade da estatal do cobre do Chile. Ele encaminhará terra adentro, até os mineiros, as "palavras divinas". [...]
[O pastor Diaz é] capelão da Igreja Adventista do Sétimo Dia. O Chile usa só uma palavra para se referir à sobrevivência de todos os 33 mineiros desaparecidos no dia 5 (e sem nenhum ferimento, diga-se): "milagre". [...] Fonte: Criacionismo.com
[O pastor Diaz é] capelão da Igreja Adventista do Sétimo Dia. O Chile usa só uma palavra para se referir à sobrevivência de todos os 33 mineiros desaparecidos no dia 5 (e sem nenhum ferimento, diga-se): "milagre". [...] Fonte: Criacionismo.com
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