Para responder essa pergunta, precisamos considerar uma série de elementos. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis”, lemos em II Coríntios 6:14.
Entretanto, alguns jovens têm dito: “Estou namorando para ajudá-lo a conhecer a Cristo.” Outros dizem que falta opções dentro da comunidade.
Aparentemente, é um bonito “trabalho missionário”.
As moças geralmente alegam que “há poucos rapazes na igreja!”, outras dizem que “muitos jovens de fora são melhores que os de dentro da Igreja”, por isso “não existe problema algum em namorá-los”.
Esse assunto tem criado certa dificuldade entre os jovens cristãos, especialmente nas grandes cidades. O namoro naturalmente conduz ao casamento e a Bíblia diz que não devemos nos prender a um jugo desigual com os infiéis.
O ponto sério que deve ser considerado é: o que um cristão pretende ao namorar uma pessoa não cristã? Acho que é um erro casar com uma pessoa não cristã, e que o namoro sempre deve ter intenções sérias, do contrário deve apenas haver amizade.
Os jovens vão à escola, às universidades, shoppings, clubes e a muitos outros lugares, onde encontram outros jovens. Deveriam fazer “amizade missionária” com sinceridade, e, quem sabe, atrair esses jovens a Cristo, através do calor cristão. Os jovens cristãos devem trazer colegas e amigos não cristãos à Igreja, e mostrar a eles o quanto é maravilhosa a vida religiosa equilibrada ao lado de Jesus, o quanto é maravilhoso tê-Lo conosco.
Um dos problemas da união entre um crente e um descrente, é que as Igrejas não apóiam, e, na verdade, desencorajam a ponto de não realizarem o casamento de duas pessoas que pertençam a religiões diferentes. A religião pode resolver muitos problemas no casamento; mas, se a religião dos dois não for a mesma, ao contrário, poderá ser uma fonte de problemas.
Em termos de finanças, por exemplo, um quer dar 10% do dinheiro para a sua igreja, porque acredita no dízimo, mas o outro não quer, porque acha "besteira" dar dinheiro para os pastores enriquecerem. E agora? Alguém sempre estará contrariado. Não existe um consenso. Isso prejudica ou não a harmonia do lar? Nunca ambos estarão satisfeitos.
Em termos de educação dos filhos, quem terá prioridade? Que princípios serão ensinados no lar e que filosofia de vida predominará? Os conflitos surgem em torno das coisas mais simples e corriqueiras como alimentação, vestuário, recreação, etc, e se avolumam a ponto de causar a infelicidade do lar formado sobre bases religiosas conflitantes. A educação dos filhos é fator mais importante entre as causas de dificuldades em tais lares.
A primeira coisa que surge na mente dos dois quando começam a discutir e a discordar é “foi um grande erro. Eu não devia ter casado com alguém que não fosse da minha religião.” Essa idéia vai se repetindo na mente, levando a pessoa a desenvolver o senso de culpa, o que é altamente prejudicial para o bem-estar.
Conheço um cidadão, hoje adulto e membro da igreja à qual pertenço, cujo grande problema durante a infância e adolescência eram os conflitos religiosos no lar. Ele conta que à noite ia com o pai ao jogo e na manhã seguinte com a mãe à igreja. Ele aprendia uma coisa na escola e outra diferente na igreja. O pai discordava do que a mãe dizia, e a mãe falava pra não dar ouvidos pro pai. Crenças diferentes, valores diferentes. Educação conflitante!
O “jugo desigual com os infiéis” faz do lar uma casa dividida, e, conforme disse Jesus, “uma casa dividida contra si mesma não pode subsistir”. Mateus 12:25.
Quando há diferenças religiosas entre o casal, automaticamente os amigos comuns diminuem, o convívio com parentes também; mas aumentam os conflitos e o desajustamento entre os dois.
Pior ainda são os fatos revelados através de estudos estatísticos. A taxa de separação em casamentos nos quais os noivos têm religiões diferentes é três vezes maior do que em casamentos onde os cônjuges são da mesma religião. As possibilidades de sucesso em casamentos assim são mínimas.
Ainda assim, alguns se apóiam na esperança da possibilidade de “converter” o outro. Isso é muito difícil, e talvez seja até um tanto injusto, devido a constante tentativa de mudar a pessoa em função da não aceitação dos valores e crenças do outro. É raro que um realmente transmita suas crenças, ou que o outro passe a acreditar nos valores cristãos devido ao envolvimento que já existe e acaba neutralizando as questões religiosas.
Se um jovem deseja “converter” um outro jovem, primeiro deve mostrar Cristo a ele, e então, depois que isso ocorrer, poderá planejar a questão do namoro, noivado e casamento, se for do seu agrado.
É claro que não ser cristão é bem mais fácil do que ser cristão verdadeiro. Assim, se um cristão casa com um não cristão, é mais fácil o cristão ir esfriando aos poucos do que o outro adquirir hábitos cristãos. Por essas e tantas razões, II Coríntios 6:14 continua sendo uma realidade, uma ordem divina pra nós.
Quanto a ser feliz ou infeliz, creio que realmente é mais difícil haver felicidade matrimonial entre pessoas de religiões diferentes do que entre pessoas da mesma fé. Certamente também há problemas com casais que tenham a mesma fé, pois a religião não é o único elemento a determinar a felicidade, embora seja um dos mais importantes.
O Casamento Entre Pessoas de Religião Diferente Pode Ser Mais Feliz que Alguns Casamentos Entre Pessoas da Mesma Fé?
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